Como treinar o jeito otimista de ser

                                                                  *Erik Penna

As pessoas otimistas tendem a ser mais criativas que as pessimistas, isso é o que aponta os estudos realizados por Martin Seligman, um dos pioneiros da Psicologia Positiva. E o momento atual exige soluções criativas e inovadoras para superar obstáculos e se reinventar como pessoa ou profissional. Os otimistas ainda vivem mais, sofrem menos doenças cardiovasculares e vendem mais.

Várias pesquisas apontaram também que o simples fato de uma pessoa mentalizar algo positivo sobre uma situação que poderá ocorrer no futuro já aumenta em até 27% a liberação de endorfina, o hormônio conhecido como analgésico natural e que além de aliviar dores, desenvolve a memória, aumenta a concentração, melhora o humor e enriquece o sistema imunológico.

Shawn Achor, autor do livro O jeito Harvard de ser feliz, defende que pequenos êxitos, quanto enfatizados, se transformam em grandes realizações na vida das pessoas. Portanto, o caminho desde cedo não deve mirar nos problemas, mas sim, focar na solução.

E mesmo se algum ocorrido não pareça positivo, o ganho pode ser o aprendizado. Isso vai de encontro ao que disse Nelson Mandela: “Eu nunca perco. Ou eu ganho ou eu aprendo”.

As pessoas otimistas encaram um momento ruim como algo localizado, passageiro e mutável. Já o pessimista enxerga um evento negativo como algo incontrolável e permanente e que renderá muito tempo de sofrimento.

 

Há duas formas de minimizar os efeitos do pessimismo em nossa vida:

 

Contestação: Desconfiar, analisando a fundo se aquele aspecto negativo realmente procede ou é mera suposição ou achismo.

 

Distração: Pensar em outra coisa, quebrando a corrente negativa ao levando os pensamentos para uma coisa completamente diferente.

 

Mas não se engane, há benefícios no pessimismo. É possível citar algumas vantagens como: o pessimismo combina com prudência, permite perceber as armadilhas possíveis. Pensar negativamente é uma espécie de habilidade de antever problemas e deslealdades.

No livro Felicidade Autêntica, o autor Martin Seligman mostra que há momentos em que ser pessimista é um bom negócio. Mas em que momento o pessimismo é indicado?

A dica para saber a hora certa de não empregar o otimismo é imaginar em cada situação, “qual será o preço do insucesso?”. Caso o fracasso seja muito alto, o otimismo é uma estratégia errada.  É melhor ser pessimista nesse instante.

Por exemplo: Vou beber e dirigir, afinal nada vai acontecer.

Qual pode ser o insucesso? Beber, sair dirigindo e matar alguém. Ou seja, o fracasso é caro demais.

Mas se a o desejo é se tornar uma pessoa mais otimista, a notícia é boa. William James, considerado pai da psicologia americana, certa vez, disse: “nossa vida não é nada além de uma massa de hábitos”, ou seja, cultivar hábitos positivos e treinar um olhar mais otimista sobre os acontecimentos é possível e transformador, até porque, nos tornamos aquilo que fazemos repetidamente.

Mas, como treinar o jeito otimista de ser: Confira algumas dicas:

 

– Pensamentos: a gente só consegue pensar uma coisa de cada vez. Na psicologia, a lei da substituição do pensamento ensina que não adianta lutar contra um pensamento negativo. Quando isso ocorre o mais indicado é trocar o pensamento por alguma coisa positiva, ou simplesmente pense em algo que te deixe feliz, afinal, a gente está onde nosso pensamento está. Lembre-se, o que você escolhe pensar determina como escolhe viver.

– Autorresponsabilidade: acabar com a autopiedade e o sentimento de coitadinho, parando de culpar os outros pelas coisas negativas que acontecem na vida, assumindo dessa forma o protagonismo da própria existência.

– Atos de gentileza: um dos termos mais buscados na internet durante a pandemia foi “como ajudar”, ou seja, as pessoas gostam de amparar e se sentem mais felizes quando ajudam o próximo.

– Efeito propagador: não há como plantar laranjas e colher morangos. A vida é um espelho, simplesmente reflete nossas ações, por isso, seja otimista, faça o bem e provavelmente a colheita será compensatória e abundante.

Portanto, praticar o otimismo é essencial, mas é preciso também aprender a lidar com o pessimismo e utilizá-lo como aliado em situações adversas.

Mãos à obra e boas escolhas, afinal, somos frutos dos nossos hábitos e das nossas escolhas.

 

*Erik Penna é palestrante motivacional, autor de 6 livros e já apresentou mais de 1.000 palestras no Brasil e no exterior.

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