Vivemos um período de turbulência na economia brasileira e o gestor tem dois caminhos a trilhar: ficar lamentando a crise e, de forma passiva, esperar a turbulência passar ou (o mais aconselhável) aproveitar a adversidade para encontrar oportunidades, inovar e sair mais fortalecido desta fase conturbada que atravessamos.

 

Enquanto algumas pessoas reclamam, tenho acompanhado diversos empreendedores que estão se dando muito bem, mesmo em tempos difíceis, implementando novas e criativas ações e colhendo bons frutos.

 

Uma boa dica para você empreendedor, é investir um tempo para repensar o seu negócio e elaborar um ecossistema de negócios para sua organização.

 

Este termo “Ecossistema de negócios”, diga-se de passagem, não é muito usual no Brasil e foi popularizado nos Estados Unidos em 1996 no livro de James Moore. Tal conceito consiste em montar uma rede com congruência de objetivos, que engloba a própria empresa e todos os seus clientes, fornecedores e demais parceiros num ciclo virtuoso de geração de valor. Resumindo: como aproveitar ao máximo sua rede atual e identificar novos parceiros que poderão contribuir para otimizar seus resultados.

 

Veja a seguir uma demonstração prática de como isso pode inspirar, ampliar a atuação, estabelecer uma nova vantagem competitiva e impactar positivamente sua performance.

 

Pense no caso da Star Alliance, uma rede de companhias aéreas que, através de uma aliança, faz muito mais do que compartilhar voos entre as empresas participantes. Incluiu em seu ecossistema parceiros como hotéis, locadoras de veículos, seguradoras, empresas alimentícias, lojas de varejo, empresas de combustíveis e indústrias do entretenimento.  Dentro desse ecossistema, cada setor citado acima pode partilhar dados e contatos, lançar novos produtos e, assim, contribuir para que um gere cliente para o outro.

 

Veja o caso de uma pequena padaria em Taubaté-SP, que sempre atendeu muito bem seus clientes e ganhou, inclusive, prêmios pela qualidade do pão. Depois que construiu seu ecossistema os resultados cresceram muito. No planejamento, já identificou novos parceiros, inúmeras oportunidades de abrangência e começou a atuar em outro segmento correlato, alavancando ainda mais seu faturamento.

 

Com isso, descobriu que poderia vender mais que leite e pão francês para o cliente pessoa física que costumava ir à loja. Percebeu que parcerias trariam novos e melhores resultados. Atualmente, além do balcão, passou a atender vários órgãos públicos, sindicatos, academias de ginásticas, restaurantes, bancos e eventos corporativos com o serviço de coffee break. Levou, ainda, a tecnologia para dentro do negócio e já iniciou os testes para entregar em domicílio, um delivery diário que conquistará um nicho de clientes até então inexplorado.

 

Aproveitou, ainda, o horário do almoço onde o movimento era fraco e passou a oferecer almoço executivo, gerando maior fluxo e mais faturamento junto aos clientes do comércio local.

 

Também verificou que poderia montar cestas, não apenas aquelas de café da manhã, mas também opções para ocasiões especiais como sugestão para as empresas presentearem seus colaboradores em datas especiais, como o Natal.

   

E já planeja outra inovação: estender sua área de atuação com a implantação do food truck, colocando com isso a padaria em frente a vários condomínios interessados nos produtos, mas que até então ficavam longe fisicamente.

 

É inovar ou morrer, é preciso levantar da cadeira e trilhar caminhos ainda não trilhados. Pesquise e construa agora mesmo seu ecossistema, amplie suas possibilidades e maximize resultados.

 

* Erik Penna é palestrante motivacional, especialista em vendas, consultor e autor dos livros “A Divertida Arte de Vender” e “Motivação Nota 10”. Site: www.erikpenna.com.br